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27.5.16

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Abriu a porta. Deixou as compras na cozinha e subiu... A mão esquerda tocava lentamente no varão da longa escadaria. As pernas cansadas levavam o corpo para o quarto. Antes de chegar à cama, despia-se devagar, deixando cair no chão toda a roupa negra.

Existem muitas mulheres para o meu coração
Mas nenhuma tão bonita quanto tu
Serás sempre a minha preferida
Sempre e para sempre, mãe!

Semi-nua, ela lia vezes sem conta o bilhete que outrora achara engraçado. Soubesses tu o quanto a graçola tinha-se transformado em dor e saudade. Seguia para a casa de banho, pálida e incrédula. Uma vez na banheira, deixou cair o corpo que até então carregava. Ficara aí horas a pensar em ti.

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Na manhã seguinte, ela acordara ainda mais abatida, só e completamente vazia, Levantou-se. E... desesperadamente atirou-se ao chão gritando o teu nome! Quanto mais repetia, mais eu tinha noção de que isto não era um pesadelo. Corri até ela, abracei-a com toda a minha força e pedi para parar. Parou, olhou para mim e sem forças disse:

Vocês... meus lindos. 
O tempo passa, os anos acumulam-se. Mas... vocês ficam sempre tão pequeninos. 
Pequenos bebés, grandes tesouros.
 ...
Porquê eu?


Porquê tu, meu grandalhão?

J, descansa em paz.