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28.3.13

Arte, seja ela!

Jurei não voltar a escrever naquele dia, nem nunca mais. E não escapei, juras que se foram com as águas do mar distante. Eu falava-me, eu via-me, eu seguia-me, eu chorava, eu partia para longe e regressava; eu morria na ânsia de jamais desesperar na minha escrita. Vezes sem conta dei por mim abafada por ideias, com arritmias; alguém tinha tomado o meu coração como o piso fresco na qual se espera marcas de uma vivência. Naturalmente, eu teria deixado o acesso livre. Mas a vontade que me dava era... Não! Não! Não! Não lhe desejava mal.

Atirava-me para a cama de tanto desespero. A sinceridade dele seria simples de entender e a minha arte seria de todo atrapalhada. Barbeiro, que me conhecia e que me amava, não tocava inteiramente bem. Mas o mal era pouco. Concluí de mim para mim que a paixão de o ouvir totalmente me fazia desvairar como sempre. Insistia em escutar qualquer peça, seriam batidas, seriam tesouradas... Se fosse possível, os meus ouvidos estariam cegos, inúteis por não descobrir a verdadeira origem do som. Viessem as invejas à criatura que me soubesse responder a surda cegueira.

Conclusão final que me chegava ao pensamento, fugiram-me as palavras que trazia com o doce pedido de esclarecimento. Talvez, apenas se escondessem no meu cérebro complicado. Bastava uma explicação ou uma sinceridade cuidada. As minhas mãos, outrora contempladas como pequenos tesouros seriam agora material fútil. Como os restantes gostos que permaneciam mortos na minha alma. As esperanças nasceram sem navalha, sem tesoura, sem qualquer peça de oficio masculino.

Fosse tudo meu, como outra voz teria dito: Divina arte!
   

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