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3.6.14

dia 3


Não entendo esta obsessão! Esta necessidade de precisar de alguém. Esta vontade de querer o que no fundo está mais perto do que julgamos. É verdade. A minha rua está cheia de prédios semelhantes, de pessoas vulgarmente anónimas - as que não são acabam por mudar e tornam-se outra coisa que senão o mesmo.  É certo, eu procurei um dia e tive essa necessidade absurda. Mas não desejei encontrar este homem que me olha como um ser comum. Não quis elogios baratos. Deixei de procurar o mesmo. 
Hoje vi o meu vizinho a passear no hall de entrada, sempre fizera isso para combater a solidão. Hoje também reparei no verde das folhas das árvores da minha rua, no vermelho das flores penduradas naquela varanda... ouvi o cantar dos pássaros e pensei em logo ir ver as estrelas. Acreditei na simplicidade das coisas e como elas me podem completar. Entendi que o amor não se procura em pessoas. O amor encontra-se no simples facto de existir. Viver esta existência, não é para loucos. Só para apaixonados.
Haja mais dias como estes

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